NOVA RECRÊ

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Totalmente pensada pra você! Queremos você de qualquer maneira, venha experimentar novas sensações, cuidar da sua saúde e do seu bem estar.




A história da Sociedade Recreativa de Pompeia está diretamente relacionada com a história da cidade de Pompeia.

O clube foi fundado no início do anos cinquenta e o primeiro presidente, e grande incentivador, foi a Juiz de Direito de Pompeia, na época, Francisco Selwin Dewis. A piscina foi inaugurada no dia 13 de dezembro de 1953.

Recreativa. O baile vai começar!

O clube estava engalanado! Mesas bem postas, enfileiradas harmonicamente, cada uma com toalha branca rendada, flores naturais (crisântemos, flores do campo, mosquitinhos), demonstrando extremado bom gosto.

A expectativa na cidade era intensa! Era o baile esperado com muita ansiedade, anunciado com pelo menos um mês de antecedência, sendo as mesas mais procuradas as próximas da entrada do salão e início da pista, por onde passavam os rapazes, razão pela qual as moças aí procuravam estar para ver seus paqueras. Os casais de namorados preferiam as mesas de canto, por razões óbvias. Os preparativos foram cumpridos à risca. Tudo na mais perfeita ordem.

A orquestra já estava ensaiando, o maestro dando os últimos retoques nas músicas. Óbvio que as portas ainda estavam fechadas. A sessão no Cine Rosário terminara há pouco. Muitos ainda davam uma volta até ao Bar Quinze para passar o tempo. Faltava pouco pro baile começar!

Mas, e nos dias que antecediam esse evento?

E as mulheres? O que se passava na mente feminina nos dias anteriores a tão comentado e tão aguardado baile? Com que roupa ir? Vestido claro ou escuro? Com lantejoulas, plumas e paetês, fios metálicos, broquéis? De duas peças? De saia bem rodada com saiote bem engomado por baixo? Ou vestido tubinho? E os sapatos? Com salto alto? Que cor? Que modelo? E a bolsa? Que tipo de brinco? E o cabelo? Ah!, os cabelos! Necessário marcar a hora no salão com antecedência. Da última vez ela foi uma das últimas, quase perdeu o baile! Usava-se bobes e só se tirava na hora de ir! Ah!, também se vaporizava laquê para fixar bem o penteado. O duro era tirá-lo, pois era necessário lavar o cabelo diariamente durante um mês!!! E no rosto, que batom, ruge, enfim, qual maquiagem ficava melhor? Mesmo assim, e se aparecesse outra vestida igual a ela? Aliás, como aconteceu no último baile. Dúvida cruel!

É, a alma feminina é complicada!

E os rapazes? Bom, aí a coisa mudava de figura. Indispensável um bom banho à tarde ou um pouco antes do baile. Ah!, fazer a barba no dia porque, barbado, era um mau sinal, sinal de desleixo. Também passar “glostora” no cabelo! Ia-se ao cinema. Depois se dava uma passada no Bar Quinze e, quase sempre, tomava-se um “cuba libre” (coca-cola com rum) para dar um ânimo extra, entrar no ritmo porque ninguém era de ferro! A ida em casa para vestir o terno, o nó da gravata bem caprichado, abotoaduras na camisa de mangas compridas, uma boa lustrada nos sapatos, um perfume e rumava-se pra Recreativa. Tudo muito rápido! Ver se aquele dia dava certo com aquela garota. Se não fosse com ela, que fosse com outra. E fosse o que Deus quisesse!

Evidente que também famílias compareciam ao baile.

Orquestras famosas desfilaram pelo salão da Sociedade Recreativa de Pompéia: Nélson e sua Orquestra de Tupã, Orquestra Tabajara de Severino Araújo, Continental de Jaú, Os Modernistas de São José do Rio Preto, Leopoldo e sua Orquestra, também de Tupã, Cassino de Sevilha e outras mais, todas com vinte, trinta ou mais músicos, que, às vezes, davam uma canja na quadra descoberta, abrilhantando famosos bailes: do Havaí, Aniversário da Cidade, Baile com desfile de modas, da Coroação da Rainha e Princesas das Escolas, Baile Caipira, Baile de Bola, Baile Branco e muitos outros.

Vinte e três horas. As pessoas iam chegando a pé. Pouquíssimos tinham carro. Movimentação intensa à porta da Recrê. Cumprimentos efusivos. Havia no ar um clima de descontração, alegria mas, que escondia, que camuflava uma certa ansiedade, uma sensação de expectativa contida.

As mulheres, como sempre, se entreolhavam verificando minuciosamente como a outra estava trajada, o tipo, modelo e cor do vestido, do sapato, se o penteado estava de acordo, como estava a maquiagem, enfim, se tudo estava combinando, porque, no dia seguinte haveria comentário a respeito. E as fofocas, é claro!

Os rapazes iam chegando. Em bandos, falando alto, alguns já “alterados”, “pra lá de Bagdá”, outros sóbrios.

O baile prometia. A temperatura estava agradável.

As pessoas iam adentrando o salão, casais, namorados, grupos de moças e de rapazes. Aquelas pareciam mais inquietas, algumas à procura de paqueras; aqueles despreocupados, alegres.

Ah, havia o Juizado de Menores na entrada para evitar o ingresso de menores, é óbvio, mas, na primeira brecha, o menor entrava.

Aos primeiros acordes, os primeiros casais começavam dançar, alguns timidamente, outros já animados. Não demorava e o salão estava apinhado de pares dançantes, com corpos e rostos colados. Os rapazes à procura de moças, alguns tímidos, receosos, com medo de ser rejeitados, outros afoitos, resolutos, iam tirar as jovens para dançar. Aquelas lançavam olhares à procura e na esperança de que aquele paquera viesse tirá-la para aquela seleção musical.

Dominavam as músicas românticas como o bolero, contudo a orquestra tocava também samba, chachachá, tango, música popular brasileira e outros gêneros. Havia casais que davam show, dançando maravilhosamente, rodopiando com perfeição.

Ocorriam fatos inusitados! O caso daquele moço, de boa aparência, de família tradicional, já “miando”, que ia em direção àquela mesa e as moças escafediam-se em direção ao banheiro! Ou daquele bastante afoito, falante mas, pouco afeito à dança e que quase sempre pisava no pé das garotas, havendo um dia em que ele conseguiu quebrar o salto do sapato de uma delas, ocasionando o fim do baile pra ela, infelizmente!

Outros de tão bêbados, mal conseguiam permanecer de pé, ficando “entocados” próximos ao bar onde, quase sempre, se encharcavam com mais álcool, para quem não havia o baile e, aos quais, no dia seguinte, além da feroz ressaca, tendo acordado com um gosto horrível de cabo de guarda-chuva na boca e ao ser perguntados, respondiam: – “que baile, não me lembro de nada, fulana estava lá, teve briga, quem brigou e outras coisas do gênero”.

Ou aquele que deu o maior vexame ao tirar a amiga pra dançar, não se agüentou em pé de tão bêbado, estatelando-se em pleno salão para desgosto da garota ou, então, o que dançando, promoveu um vexame maior ainda, pois não se conteve e vomitou copiosamente na namorada e em outras pessoas, ocasionando um rebuliço sem tamanho no clube.

Ou aquele jovem na inauguração da nova sede da Recrê, em 11.12.1971, no seu primeiro baile, primeiro terno e também primeira namorada, tendo esta comparecido de estola (de pele de animal), numa noite de calor infernal!

Havia aquela garota que sonhava estar dançando com seu príncipe encantado tal qual Cinderela! Também aqueles que só importunavam as moças, ficavam só na conversa e não as tiravam pra dançar!

Sim, às vezes, havia brigas mas, quase sempre entre os visitantes de Oriente, Marília, Quintana, Tupã, Garça, fruto da rivalidade que sempre existiu na região, ocorrendo de vez em quando muita pancadaria. Outras vezes acontecia um desentendimento, um bate-boca e aí era a maior correria para saber quem eram os envolvidos e, rapidamente entrava em ação a turma do deixa-disso e quase todos retornavam ao baile.

Em cada mesa a conversa animada, moça enfeitada como se fosse para o próprio casamento, vestido confeccionado no mais puro rigor.

O consumo de bebidas era pouco variado: uísque, cerveja, o indefectível “cubra libre”, o rabo-de-galo e um ou outro conhaque – vinho nem pensar -, enquanto as mulheres tomavam guaraná e água mineral da Fonte Saúde de nossa cidade.

Nesses bailes aconteciam muitos encontros, desencontros, fracassos, reconciliações e também, por que não, finais felizes.

O retorno dos jovens das cidades próximas era, muitas vezes, através do trem das 3:30 horas que, ao apitar, ocasionava a maior correria para a estação, aliás, bem próxima.

Final do baile! Com a música de encerramento, quase todos ainda permaneciam na pista pedindo mais, hora em que os músicos atendiam, tocando mais uma seleção musical. O clube ia se esvaziando lentamente, as pessoas saíam em grupos, muitas moças com os sapatos nas mãos em virtude do cansaço por haver dançado com salto alto! E os rapazes com gravatas desarrumadas e paletós jogados nas costas, muitos acompanhando as moças até suas casas.

Rapazes e moças em bandos percorriam as ruas da cidade, alguns deles falando em voz alta, acordando moradores. Alguns ainda passavam pelas padarias Esmeralda e União, para saborear aquele delicioso pão quentinho que estava saindo do forno, e a gostosa mortadela, para se comer na Praça da Cerejeira, ali ao lado da linha do trem!

No próximo baile tudo acontecia de novo!

João de Paula – Curitiba, 25.10.2004.
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